O Tarô é um baralho de setenta e oito cartas. Há quatro naipes, tal como nos baralhos atuais, que dele são derivados, também chamados de Arcanos Menores. Porém, as cartas da corte são em número de quatro, ao invés de três. Adicionalmente, existem vinte e duas cartas chamadas de trunfos ou Arcanos Maiores, das quais cada qual é uma figura simbólica com um título próprio.
À primeira vista, pode-se supor que a sua disposição seja arbitrária, mas não é. Ela é ligada à estrutura do universo e do Sistema Solar em particular, tal como simbolizado pela Santa Qabalah, cujo estudo deixo indicado aos que desejam se aprofundar no simbolismo do Tarô.
A ORIGEM DO TARÔ
Algumas autoridades procuram fazer a origem do Tarô recuar aos antigos Mistérios Egípcios, outras tentam fazê-la avançar a uma época tão recente quanto o século XV, ou mesmo o XVI. Porém, o Tarô certamente existia desde o século XIV, sob o que pode ser denominado sua forma clássica, visto que baralhos dessa data ainda existem, e sua forma não alterou em nenhum aspecto considerável desde aquela época.
Certamente sua origem continuará obscura durante muito tempo e o que podemos fazer é levantar questionamentos e hipóteses. Há nas lâminas do Tarô inúmeras referências iconográficas de inúmeros povos, como chineses e judeus, mas o egípcios e europeus são predominantes, foi utilizado especialmente pelos ciganos, que tem origem na Ásia e foram os principais responsáveis por ampliar a divulgação deste conjunto de cartas misteriosas.
Mas suas origens históricas não interferem no seu estudo em relação a sua característica transcendental, iniciática e divinatória.
CONSAGRANDO, LIMPANDO E ENERGIZANDO O TARÔ
Muitos não realizam este processo, crendo que a transcendência dos símbolos contidos no Tarô dispense outras formalidades mágickas. Mas àqueles que acham necessária, segue uma forma simples de imbuir energias ao Deck.
Em uma lua nova, cheia ou negra (Como preferir), exceto a minguante, trace o circulo de proteção. Evoque os elementos e sua(s) divindade(s). E tenha no altar incenso, vela para o fogo, cálice com água, um cristal e uma vela para o Espirito ou para a divindade, akasha, caos, etc. Para os pagãos pode-se incluir uma vela para a Deusa e outra para o Deus. Trace sobre o Deck o pentagrama de banimento da terra, e declare que todas as impurezas sejam retiradas dele. Logo após passe-o pelos quatro elementos, pedindo que suas energias penetrem no Deck, visualize esse processo. Depois faça uma oração ao Espirito ou a sua(s) divindade(s), pedindo que o ilumine e lhe dê sabedoria e discernimento para manejar e ler as mensagens dos Arcanos. Agradeça e se despeça das forças evocadas, banindo-as se for necessário. Destrace o circulo e estará pronto.
Obs.: O ritual acima é um rascunho, podendo ser modificado de acordo com suas crenças, o importante é criar um vinculo entre você, suas cartas e os planos sutis.
Para purificar seu Deck, o coloque próximo a um incenso, sob um cristal de purificação, ou deixe-o em contato com o solo para descarregar. Para recarregá-lo o procedimento é similar, podendo variar apenas na escolha do incenso e do cristal, um método muito bom é deixá-lo algumas horas sob a luz do Sol ou da Lua. Algumas pessoas também consideram este procedimento desnecessário, mas eu M. F. o recomendo, pois já tive experiências com tarôs carregados de energia destoante e não foi algo muito bom, hoje monitoro as vibrações das minhas cartas antes e depois de uma leitura.
MÉTODOS DE TIRAGEM
Vou ensinar algumas tiragens simples, recomendadas a iniciantes. Para realiza-las procure uma relação de significados dos arcanos de acordo com seu tipo de Deck. Recomendo iniciar com os 22 Arcanos Maiores.
Preparando a tiragem: Primeiro passo, embaralhe. Segundo passo, com o dedo ou mão dominante sobre o Deck, concentre-se na questão. Terceiro passo, corte com a mão oposta a que utilizou antes e coloque o monte que estava debaixo em cima do que estava acima formando novamente um único monte.
TIRAGENS:
Método 1: Retire três cartas e as coloque na ordem de tiragem, 1, 2 e 3.
A carta 1 representa o passado da questão, a 2 o presente e a 3 o futuro.
Método 2: Retire três cartas e as coloque na ordem de tiragem, 1, 2 e 3.
A carta 1 mostra a situação atual, a 2 mostra que o consulente não está vendo toda a verdade e a 3 mostra a verdade.
Obs.: Quando escolher um método não vale mudá-lo no meio da tiragem, se for o método 1, será o método 1, se for o 2 será o 2. Não adianta tentar mudar por algum capricho, ou estará iludindo a si mesmo. Mas você pode arriscar criar seus próprios modelos de tiragem, mas recomenda-se utilizar métodos pré estabelecidos por outros estudiosos quando se está aprendendo.
UM MISTÉRIO SOBRE A DIVINAÇÃO
Não me lembro quem disse, caso alguém tenha a fonte, por favor, poste nos comentários. Mas a frase é a seguinte “Adivinhar é imaginar com justeza”. Temos que estar sempre cientes que o literal quando se trata de adivinhação nem sempre é a mensagem, é preciso ter uma relação intuitiva com os Arcanos, permita-se conversar com eles e questione o que desejam lhe transmitir naquela momento e ouça sua intuição, com o tempo ela estará mais afiada e as mensagens irão fluir com mais naturalidade dos Arcanos para você.
Obs. sobre cuidados: Durante os processos citados, lembre-se que sujeira, calor demais e umidade, podem danificar seu deck, portanto seja consciente.
Att. M.F.
Bibliografia: “Antigo Tarô de Marselha” de Nicolas Conver; “O Tarô de Marselha” de Carlos Godo; “O livro de Thoth” de Mestre Therion.